Francisco de Sá de Miranda nasceu no dia 28 de agosto de 1481 na cidade de Coimbra. Ele é considerado um dos mais tradicionais poetas portugueses que com seu estilo fez grande influência nos escritos do país entre os séculos XV e XVI. Miranda era filho de Gonçalo Mendes e Inês de Melo, com eles viveu em S. Salvador do Campo, freguesia portuguesa de Barcelos, e em Coimbra. Não se sabe muito sobre os primeiros anos do poeta, sendo a fase de seu nascimento até a sua chegada à Universidade de Lisboa uma série de hipóteses de alguns estudiosos. Depois dessa fase, a sua vida ganhou mais relatos até que em 15 de março de 1558, Sá de Miranda vem a falecer na cidade de Amares.
❝ Comigo me desavim,
sou posto em todo perigo;
sou posto em todo perigo;
não posso viver comigo
nem posso fugir de mim.
Com dor da gente fugia,
antes que esta assi crecesse;
agora já fugiria
de mim, se de mim pudesse.
Que meo espero ou que fim
do vão trabalho que sigo,
pois que trago a mim comigo
tamanho imigo de mim? ❞
– Comigo me desavim.
BERNARDIM RIBEIRO
– Comigo me desavim.
BERNARDIM RIBEIRO
Bernardim Ribeiro (1480-1552) foi poeta e novelista. Presume-se que foi amigo de Sá de Miranda, com quem conviveu literariamente na Corte de D. Manuel, fazendo parte dos poetas palacianos. O conjunto da sua obra é impresso pela primeira vez em Ferrara, no ano de 1554. Nesse volume figuram a novela Menina e Moça, para além de outros textos.
❝ Antre tamanhas mudanças,
que cousa terei segura?
Duvidosas esperanças,
tão certa desaventura...
Venham estes desenganos
do meu longo engano, e vão,
que já o tempo e os anos
outros cuidados me dão.
Já não sou para mudanças,
mais quero üa dor segura;
vá crê-las vãs esperanças
quem não sabe o qu'aventura! ❞
– Antre tamanhas mudanças.
ANTONIO FERREIRA
Nasceu em Lisboa, em 1528. Foram seus pais Martins Ferreira, escrivão da fazenda do Duque de Coimbra, D. Jorge de Lencastre, e Mexia Froes Varela. Estudou em Coimbra, em cuja Universidade se formou em Leis. Aí encontrou mestres, como Diogo de Teive, que ensinava Humanidades e com quem versou as Literaturas greco-romanas, e Jorge Buchanan; paralelamente, Sá de Miranda fazia a propaganda do dolce stilo nuovo praticado pela escola italiana.
❝ A alta constância da Pastora santa,
Honra da serra, glória dos Pastores,
Humilde, e alegre minha Musa canta:
Altos Herís, Reis, Imperadores,
Cuja soberba fama o Mundo espanta,
Confessem quanto menos é sua glória,
Da que COMBA ganhou em tal vitória.
Vós castíssimas Ninfas de Diana,
De Louro, Palma, e flores coroadas,
Em quanto de Hipocreme a fonte mana,
E de Comba as vitórias são cantadas,
(Não vos invoco a fábula profana)
Com as Musas em coreas concertadas
Cantei comigo: e dai-me sua voz, que soe
Por todo o Mundo, onde COLOMBA voe. ❞
– História de Santa Comba dos Vales.
Nenhum comentário:
Postar um comentário